*Luiz Henrique Dias
Caro leitor, passa das duas da manhã e cá estou eu, tentando comunicar-me. É necessário. É de natureza. Mas veja: se tais palavras chegarem aos seus olhos, seja pelo blog, seja pelo jornal, é por alguma ironia do destino. De qualquer forma, podemos conversar. Como amigos. O que acha? Mas hoje sou eu quem gostaria de falar. Sempre uso o espaço para contar contos ou narrar fatos. Hoje vou desabafar, só.
Esta semana tive experiências interessantes em minha jornada observativa. O mundo é mesquinho e dualisticamente, bonito. Conheci o efeito do poder financeiro agindo nas pessoas e notei o que estas, sobre o efeito de tal poder, são capazes de fazer com outras, as “subalternadas”. Vi de perto. Não senti, mas vi sentirem. O capital privado é paralítico, mas monolítico. Porém, pouco importa para quem oprime. A opressão é sintoma de fraqueza, não de poder.
Foi uma semana para se observar a falta de caráter, de mínima vontade do esforço pelo próximo por parte de pessoas acomodadas em suas cadeiras de situação. Foi uma semana de aprender mais sobre a mercantilização do que, para mim, até hoje, era fundamental à sociedade e pude perceber os resultados práticos de tal atitude. Mas nem tudo, caro leitor, apesar de parecer, esteve perdido.
Foi uma semana de conquistas, não só pessoais, mas coletivas. Relatar todas, pouco importe para você agora. Talvez nem caiba aqui, nos meus 2.500 caracteres, mas posso garantir algumas coisas: o mundo não está de todo perdido. Ainda há pessoas caminhando na Paraná. Ainda há pessoas sorrindo. Ainda há (e eu vi), os que param o carro para o pedestre, protegem os ciclistas, escolhem a lata para jogar o lixo, dão bom dia, sorriem (de verdade), escrevem mensagens desinteressadas, mandam cartas, fazem fotografias de flores, escrevem poemas, publicam poemas, tentam vender poemas, sorriem mesmo que poucos comprem seus poemas.
Há pessoas boas. Muitas delas. Parecem diluídas na multidão, mas são maiorias. Talvez elas estejam intimidadas com a gritaria e a falsa força dos detentores e difusores do capital e seus comparsas, mas existem. Se você, amigo leitor, que ainda está com os olhos no texto, pois deve ser uma dessas almas boas, conhece mais alguém assim, chame-a para o combate, para a revolução do bem. Ainda podemos resolver todos os problemas do mundo, sem utopia alguma, mas o tempo está acabando. Se ficar aí, ou uma ou outra, ou vira evapora, ou vira um cogumelo social.
* Luiz Henrique Dias é escritor, ator e Secretário de Organização do Partido Comunista do Brasil de Foz do Iguaçu.
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