Estava eu indo do trabalho para casa, de transporte coletivo. Quando o ônibus passou da AV. Juscelino Kubitschek para a Jorge Shimmelpfeng , deu para ver os preparativos do Salão Internacional do Livro, em frente à Fundação Cultural. Fiquei empolgada vendo como estava o andamento para receber os memoráveis escritores, locais e nacionais, entre eles, Pedro Bandeira que marcou grande parte da pré-adolescência, não só minha, mas de vários amigos; Ignácio Loyola Brandão, com seu Jabuti, e vários outros. Um evento admirável e, diga-se de passagem, muito esperado todos os anos.
O senhor que estava sentado à minha frente, no primeiro banco logo depois do cobrador, pergunta “o quê que está acontecendo ali?” e o cobrador prontamente responde “é aquela tal de feira do livro!”. O senhor indignado começa a reclamar: “é um absurdo isso mesmo viu! A cidade na situação que está e esses caras ficam preocupados com livro! Aposto que ninguém vai vir nesse negócio. Tanta coisa pra fazer e os caras vão cuidar de livro! Não, olha, é lamentável!”.
Levei um susto enorme. Nunca pensei que ouviria aquilo. Eu até sabia que algumas pessoas não gostam de ler e não se interessam por arte em geral, mas, ser contra um evento assim! Eu não imaginava existir pessoas com tal mentalidade!
Tive que seguir até em casa ouvindo aquele senhor resmungar sobre o “absurdo dos livros”. Foi terrível!
Mariana Serafini é estudante de Jornalismo. Ela acredita em um futuro próximo onde as famílias irão jantar sem assistir ao Jornal Nacional. As pessoas devem achar que ela leu muitos contos de fada.
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