Nos próximos cinco dias postaremos o texto da Comissão Nacional de Organização que explica a importância das OBs e orienta a militância comunista sobre a necessidade de participar delas.
Luta permanente pela estruturação das OBs
1 - Luta de 20 anos pelas Organizações de Base
A luta pela organização da militância do Partido em bases grandes vem desde a 7ª Conferência em 78/79 quando, visando sintonizar a organização do Partido com as mudanças significativas que se davam na situação política do país, o Comitê Central colocou a necessidade de transformar as bases em centros de gravidade do Partido voltadas para a atividade política ampla e de massas. Eram os momentos finais da ditadura militar. Grandes greves e manifestações de massas aconteciam buscando melhoria de vida e liberdade política.
Insistentemente se tem destacado a necessidade de organizar as bases do Partido, prioritariamente, junto à classe operária e outros setores populares, em seus locais de trabalho, de moradia ou de estudo.
Há 20 anos, portanto, se tem falado sistematicamente disso, em Congressos do Partido, em ativos, documentos e reuniões de seus Comitês. Chegou-se mesmo a um grande detalhamento sobre as tarefas de uma OB, seu funcionamento regular, como convocar suas reuniões e as tarefas de seus secretários. Muitos apelos tem se feito no sentido da incorporação dos filiados, de uma maior organicidade etc.
Normalmente se diz que a dificuldade não está em filiar e sim em organizar os filiados através da estruturação das OBs. Essa dificuldade é real e tem, entre outras, causas de natureza ideológica e política.
2 - Organização de Base permanente
Hoje a militância comunista compõe-se de um contingente de aproximadamente 30 mil camaradas. Destes, 19.600 participaram das reuniões preparatórias do 9º Congresso há quase dois anos. Cerca de 8,5 mil novos camaradas foram filiados na primeira fase do Plano de Estruturação Partidária que se encerrou com as conferências estaduais de julho de 99.
O perfil médio qualitativo da militância indica que é ainda pequena a formação teórica, baixo o nível de contribuição financeira, pouca a participação na vida partidária. Essa militância tem uma vida política mais intensa por ocasião das campanhas eleitorais, mas de forma desorganizada. É precária uma organização de base mais permanente, ou seja, ainda é grande o índice de dispersão e relativamente pequeno o compromisso com o Partido.
O Plano Integrado de Estruturação Partidária foi concebido no final de 98 (e que está sendo executado agora) é composto de elementos nacionais e estaduais, nas frentes de organização, formação, propaganda e finanças. A estruturação das OBs constitui um dos pilares centrais da atual política de organização do Partido e do plano
3 - Organização de Base e luta ideológica contra a dispersão
A consciência da necessidade de organizar o Partido nas bases se dá em meio a uma intensa luta ideológica contra idéias burguesas/neoliberais que, com objetivos profundamente antidemocráticos, investem na tentativa de desmoralizar e desacreditar a atividade política de uma maneira geral. Procuram apresentá-la como se fosse única, sem ideologia, feita por partidos políticos iguais, como algo que só se faz em benefício próprio, em prejuízo dos interesses do povo e distante de sua realidade. Pretendem com isso disseminar a indiferença e o desinteresse entre os trabalhadores para que eles não se mobilizem e não se organizem politicamente.
Além disso, numa situação caracterizada de um lado pela estagnação econômica do sistema, onde o crescimento econômico capitalista é cronicamente pequeno ou negativo e, por outro lado, pelo aprofundamento da tendência de substituir o trabalhador pela máquina, o desemprego estrutural atinge proporções assombrosas. A concorrência entre os trabalhadores dificulta a ação solidária e organizada entre eles. Num quadro destes, a pregação neoliberal do individualismo pode se espalhar como uma praga se não for combatida.
O alvo particular da ofensiva ideológica neoliberal é o socialismo e seus defensores conseqüentes, os comunistas. O que os principais economistas burgueses têm escrito sobre a situação de crise da economia internacional atual está invariavelmente eivado de ataques às experiências passadas e presentes de construção socialista; como se quisessem demonstrar: admitimos que o capitalismo está muito doente mas não há alternativa melhor.
Isso visa descrendenciar aqueles que resistiram, mantendo-se fiéis aos princípios do socialismo científico, impedindo-os de tornarem-se referências de massa, capazes de organizar contingentes maiores em torno de suas alternativas ao status quo.
Todos estes fatores agem no sentido da dispersão dos trabalhadores de uma maneira geral e de sua parcela mais consciente e combativa de maneira particular. Dispersos são mais facilmente manipulados pelos interesses do capital. Não há como persistir na estruturação das bases partidárias sem entender o contexto da aguda luta ideológica e enfrentado-a, combatendo a dispersão que chega a ser erroneamente entendida como "cultura" de nosso povo.
(continua)
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